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Queda de cabelo e antidepressivos: o que você precisa saber sobre bupropiona, sertralina e desvenlafaxina



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A busca por saúde mental e bem-estar é uma jornada cada vez mais comum, e o uso de antidepressivos tem se mostrado fundamental no tratamento de transtornos como depressão e ansiedade. No entanto, muitos pacientes se deparam com uma preocupação inesperada: a queda de cabelo. A dúvida é frequente: a queda é causada pelo medicamento ou pela própria condição psiquiátrica? Como especialista em tricologia, é fundamental esclarecer essa relação e orientar sobre como gerenciar esse efeito colateral. 


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A complexa relação entre ANTIDEPRESSIVOS e QUEDA CAPILAR

É importante reconhecer que a queda de cabelo pode, sim, ser um efeito colateral de alguns antidepressivos, mas a incidência não é considerada comum. Na maioria das vezes, a queda é desencadeada pelo estresse físico e emocional intenso causado pelo próprio transtorno psiquiátrico. A depressão e a ansiedade são estressores significativos que podem desregular o ciclo capilar [1].

 

O tipo de queda de cabelo mais frequentemente associado aos antidepressivos é o eflúvio telógeno, uma condição temporária e reversível. O eflúvio telógeno ocorre quando um grande número de folículos capilares entra prematuramente na fase de repouso (telógena) do ciclo de crescimento do cabelo, resultando em uma queda acentuada dos fios cerca de dois a quatro meses após o início do estresse (que pode ser o transtorno ou o medicamento) [2].

 

O mecanismo de ação e os principais antidepressivos

O mecanismo exato pelo qual alguns antidepressivos podem causar queda de cabelo não é totalmente compreendido, mas está relacionado a alterações no ciclo capilar, possivelmente devido a uma reação de hipersensibilidade ou a alterações nos níveis de neurotransmissores.

 

A tabela a seguir resume a relação entre os antidepressivos mais pesquisados e a queda capilar:

 

Antidepressivo

Classe

Relação com Queda de Cabelo

Notas Importantes

Bupropiona (Wellbutrin®)

Inibidor da Recaptação de Dopamina e Norepinefrina (IRDN)

Risco de queda relatado em estudos, embora seja um dos antidepressivos com menor risco de disfunção sexual [3, 4].

A queda é geralmente do tipo eflúvio telógeno. A Bupropiona é frequentemente citada como uma opção com menor risco de outros efeitos colaterais.

Sertralina (Zoloft®)

Inibidor Seletivo da Recaptação de Serotonina (ISRS)

Risco de queda relatado, mas considerado baixo [2].

Os ISRS, como a Sertralina e a Fluoxetina, são a classe mais comum de antidepressivos. A Fluoxetina é o ISRS mais frequentemente associado à queda [5].

Desvenlafaxina (Pristiq®)

Inibidor da Recaptação de Serotonina e Norepinefrina (IRSN)

Risco de queda semelhante a outros antidepressivos, geralmente eflúvio telógeno [2].

A Desvenlafaxina é um metabólito ativo da Venlafaxina. A incidência de queda é baixa e reversível.

Fluoxetina (Prozac®)

Inibidor Seletivo da Recaptação de Serotonina (ISRS)

É o antidepressivo mais comumente relatado como causador de eflúvio telógeno [5].

A queda cessa com a interrupção do medicamento, mas a troca deve ser feita sob orientação médica.


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O que fazer se a queda acontecer?

Se você notar uma queda de cabelo acentuada após iniciar um tratamento com antidepressivos, é fundamental seguir alguns passos:

 

  1. Não Interrompa o Medicamento: A decisão de interromper ou trocar o antidepressivo deve ser exclusivamente do seu médico psiquiatra. A saúde mental é prioritária, e a interrupção abrupta pode ser perigosa.

  2. Comunique Seu Médico: Converse com seu psiquiatra sobre a queda. Ele poderá avaliar se a troca por um medicamento com menor potencial de queda (como alguns tricíclicos ou outros ISRS/IRSN) é uma opção viável para o seu caso.

  3. Procure um Tricologista: O tricologista é o profissional especializado em diagnosticar a causa exata da sua queda. Através de exames como a tricoscopia, é possível confirmar se é um eflúvio telógeno induzido pelo medicamento, pelo estresse da doença ou por outras causas (como deficiências nutricionais).

  4. Inicie um Tratamento Capilar: O tricologista poderá indicar tratamentos específicos para acelerar a recuperação e o crescimento dos fios. Isso pode incluir terapias como a Mesoterapia Capilar (aplicação de vitaminas e fatores de crescimento), Laser de Baixa Intensidade (LLLT) e suplementação oral direcionada para corrigir deficiências.

 

A prioridade é a saúde integral

A queda de cabelo, embora angustiante, é um efeito colateral que pode ser gerenciado. A chave é a abordagem multidisciplinar. O psiquiatra cuida da sua saúde mental, e o tricologista cuida da sua saúde capilar. 

Lembre-se que a queda capilar induzida por medicamentos é geralmente temporária e reversível. Com o diagnóstico correto e o tratamento adequado, é possível manter o foco no seu bem-estar mental, enquanto seu cabelo se recupera e volta a crescer forte e saudável.

 

Referências

[1] Clínica Ana Carina Junqueira. Antidepressivos Causam Queda de Cabelo? O Que Você... Disponível em: https://clinicaanacarinajunqueira.com.br/antidepressivos-causam-queda-de-cabelo/ [2] Livia Viccari. Queda de cabelo por uso de antidepressivos. Disponível em: https://liviaviccari.com.br/queda-de-cabelo-por-uso-de-antidepressivos/ [3] Psiquiatria.com. Riesgo de pérdida de cabello con diferentes antidepressivos... Disponível em: https://psiquiatria.com/depresion/riesgo-de-perdida-de-cabello-con-diferentes-antidepresivos-un-estudio-de-cohorte-retrospectivo-comparativo [4] NCBI. Medicamentos antidepresivos - Las Guías Sumarias de los... Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/sites/books/NBK47464/ [5] GPUIM UFC. Boletim-Medicamentos-e-queda-de-cabelo. Disponível em: http://www.gpuim.ufc.br/wp-content/uploads/2024/09/Boletim-Medicamentos-e-queda-de-cabelo.pdf

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